A primeira grande obra impressa com a prensa de Gutenberg foi a famosa Bíblia de 42 linhas, também conhecida como Bíblia de Gutenberg. Impressa em latim por volta de 1455, essa edição foi um marco na história da impressão. O livro continha duas colunas por página, com 42 linhas de texto em cada, e era ricamente decorado, imitando o estilo das cópias manuscritas da época.

A Bíblia de Gutenberg provou que a impressão em larga escala era possível e que livros poderiam ser produzidos em quantidade suficiente para atender a uma demanda crescente. Em vez de levar anos para produzir um único exemplar, como ocorria com os manuscritos copiados à mão, agora era possível imprimir centenas de exemplares em um período muito menor.

O impacto dessa inovação foi imenso. Com a possibilidade de produzir livros mais rapidamente e a um custo reduzido, o conhecimento pôde ser disseminado de maneira muito mais ampla. Antes, apenas nobres, clérigos e estudiosos tinham acesso a textos escritos. Com a invenção da prensa, mais pessoas puderam aprender a ler e ter contato com obras de filosofia, ciência, religião e literatura.

A invenção de Gutenberg teve um papel fundamental na difusão de ideias que moldaram a história da humanidade. O Renascimento, movimento cultural que trouxe um novo olhar sobre a ciência, a arte e o conhecimento, se beneficiou enormemente da imprensa, pois permitiu que textos clássicos fossem reproduzidos e distribuídos por toda a Europa.

Além disso, a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero no século XVI, também encontrou na imprensa um poderoso aliado. Graças à tecnologia de Gutenberg, Lutero conseguiu espalhar suas teses e escritos de maneira rápida e eficiente, desafiando a autoridade da Igreja Católica e influenciando mudanças profundas na sociedade europeia.